quinta-feira, 24 de maio de 2012

Exposição de Modigliani inédita na América Latina está em exibição no MASP

A vida e a obra do artista italiano são mostradas em perspectiva nessa exposição recentemente inaugurada em São Paulo, mostrando todas as fases de formação do artista até a maturidade 

Estreou na última semana no Museu de Arte de São Paulo, uma exposição inédita das obras do italiano Amadeo Modigliani, uma das figuras centrais da Escola de Paris na década de 1910. É a primeira vez que essa mostra panorâmica é apresentada em um museu latino-americano, oferecendo uma visão abrangente da trajetória do pintor.

Todas as fases de formação de Modigliani estão representadas. Desde a formação inicial na Itália, o período de aprendizagem, a viagem a Paris e o vivo interesse do artista pela escultura, até, finalmente ele desenvolver seu estilo característico na pintura.
Amigo dos mais importantes expoentes da pintura de vanguarda em Paris, Modigliani recebeu influências das teorias de geometrização da imagem absorvidas pelos cubistas via Cézanne. Foi também um apaixonado pela arte negra, introduzindo em suas obras, elementos primitivistas. A partir dessas duas influências primordiais, Modigliani deixou sua marca na pintura moderna ao desenvolver uma síntese dessas tendências em uma obra expressiva e original.

A coleção trazida ao MASP é uma das mais importantes reuniões da obra de Modigliani já organizadas. Vinda do Modigliani Institut Archives Légalés Paris-Roma e acrescida de trabalhos de colecionadores particulares, a coleção abrange um total de 166 trabalhos. Em São Paulo, porém, foi organizada uma versão reduzida do acervo, com 61 obras expostas.

O público poderá apreciar doze pinturas e cinco esculturas originais de Modigliani, além de outras 22 obras de amigos do pintor, executados no período em que ele viveu. São trabalhos que pertencem também à coleção e oferecem uma visão mais nítida da arte avançada que era produzida então em Paris. Há três pinturas de Jeanne Hébuterne, esposa de Modigliani, pinturas feitas a quatro mãos por Modigliani em parceria com Moïse Kisling, gravuras de Picasso e Foujita, e trabalhos de Marie Marevna e Max Jacob, entre outros.

Além das pinturas e esculturas de Modigliani, a exposição abrange ainda dezenas de fotografias, cartas, catálogos de exposições e outros documentos relacionados à atividade do artista.
Modigliani teve uma existência curta e errática. O período mais importante de sua trajetória iniciou-se em 1906, quando ele chega a Paris. Vivendo miseravelmente e entre os meios artísticos e boêmios da cidade, ele tenta desenvolver-se como escultor, mas acaba sendo levado à escultura. Modigliani chega à sua fase madura em 1909, e a partir de então, desenvolve e aperfeiçoa o estilo que sempre lhe seria característico, realizando em poucas linhas, retratos de figuras geometrizadas, com pescoço alongado e olhos vazados.

Sua primeira exposição ocorreu apenas em 1917, graças aos esforços do amigo poeta, Leopold Zborowski. A mostra, porém, dura apenas um dia após escandalizar a audiência conservadora. Alegando que os nus pintados pelo artista eram obscenos e atentavam contra a moral, a polícia fechou a exposição. O pintor viveu sempre na pobreza extrema e morreu apenas três anos mais tarde, em janeiro de 1920, vítima de tuberculose. Sua mulher, Jeanne, se suicidaria no dia seguinte, pulando da janela do apartamento do casal.

A exposição Modigliani: imagens de uma vida oferece uma rara oportunidade ao público brasileiro conhecer a trajetória do artista italiano através de suas obras. Ela permanecerá em cartaz no MASP apenas até dia 15 de julho.

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cinema mexicano é tema de nova mostra na Cinemateca

O ciclo foi organizado em duas etapas, contendo, de um lado, o mais representativo diretor do cinema mexicano: Luís Buñuel; de outro, um dos mais populares atores do País: El Santo

El Santo, o popular ator e lutador mexicano.
Estreou na última terça-feira (22) na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o ciclo especial de filmes Mestres do cinema mexicano que traz ao Brasil uma seleção de filmes de dois dos principais nomes do cinema mexicano. Um deles, o mais conhecido cineasta da indústria mexicana, o outro, um dos mais populares atores do México.

O cineasta não é mexicano, mas um espanhol radicado no México: Luís Buñuel, o mais representativo nome do surrealismo no cinema.

Após criar obras-primas do cinema de vanguarda, como Um cão andaluz e A idade do ouro, Buñuel exilou-se de seu país natal após a instauração da ditadura fascista do General Franco. O cineasta morou alguns anos nos Estados Unidos, de onde partiu para o México em 1946, terra que o encantaria e onde permaneceria até sua morte.

É essa nova fase mexicana do cinema de Buñuel que está representada na mostra, com filmes do diretor realizados entre as décadas de 1940 e 50. Até então um cineasta obscuro, conhecido apenas entre os meios artísticos, Luís Buñuel tornou-se um nome mundialmente conhecido graças a essa fase mexicana, que representa um dos pontos altos da atividade do diretor.

A primeira obra dessa fase é Gran Casino, de 1947, mas o primeiro que a Cinemateca selecionou para esse ciclo foi El gran cavalera, de 1949. Além dele, também A filha do engano, de 1951; Subida ao céu, de 1952; A ilusão viaja de trem, de 1953 e Nazarin, de 1958, completam o segmento da programação dedicado a Buñuel.

Luís Buñuel, o cineasta surrealista que se naturalizou mexicano.
O outro nome representativo é Rodolfo Guzmán Huerta, mais conhecido como El Santo, uma das figuras mais populares da cultura moderna mexicana. Ele tornou-se nacionalmente conhecido como campeão de luta livre, vindo a se tornar uma lenda viva desse esporte no México. A relação de El Santo com o cinema iniciou-se nessa época, quando faz algumas pontas em filmes de ação, mas foi apenas depois de se aposentar dos ringues que o ex-lutador iniciou sua trajetória como ator profissional.

El Santo especializou-se em papeis de filmes de aventura, fantasia e terror, combatendo gângsteres nazistas, vampiros, cientistas nucleares, zumbis, lobisomens, e todo tipo de monstros criados em laboratório. Eram esses os principais ingredientes dos melhores filmes que El Santo protagonizou, mais de cinquenta no total, em produções marcadas pelos temas característicos da Guerra Fria.

Os filmes selecionados para a mostra datam da melhor fase de El Santo, principalmente na década de 1970. São cinco filmes no total: Santo en el museo de cera, de Alfonso Corona Blake, de 1963; Santo y Blue Demon en la Atlántida, de Julián Soler, de 1970; Anónimo mortal, de Aldo Monti, de 1975; Santo y Blue Demon contra los monstruos, de Gilberto Martínez Solares, de 1975; Santo contra las lobas, de Jaime Jiménez Pons e Ramón Obón, de 1976.

Programação:

23/05 - Quarta
 Sala Cinemateca Petrobras
17h00 Santo y Blue Demon En La Atlántida 

24/5 - Quinta
Sala Cinemateca Petrobras
18h30 Subida Ao Céu
20h30 Anónimo Mortal

25/5 - Sexta
Sala Cinemateca Petrobras
 19h00 Santo Y Blue Demon Contra los Monstruos
21h00 A Ilusão Viaja de Trem

26/5 - Sábado
Sala Cinemateca BNDES
19h00 Nazarin
21h00 Santo Contra las Lobas

27/5 - Domingo
Sala Cinemateca Petrobras
16h30 A Filha Do Engano
18h30 Santo en el Museo de Cera
20h30 El Gran Calavera

29/5 - Terça
 Sala Cinemateca Petrobras
19h00 Anónimo Mortal
21h00 Subida ao Céu

30/5 - Quarta
Sala Cinemateca Petrobras
18h30 A Ilusão Viaja De Trem
20h30 Santo Y Blue Demon Contra Los Monstruos

31/5 – Quinta
Sala Cinemateca Petrobras
18h30 Santo Contra Las Lobas
20h30 Nazarin

1/6 - Sexta
Sala Cinemateca Petrobras
18h30 Santo Y Blue Demon En La Atlántida
20h30 Anónimo Mortal

2/6 - Sábado
Sala Cinemateca Petrobras
19h00 El Gran Calavera
21h00 A Ilusão Viaja De Trem

3/6 - Domingo
Sala Cinemateca Petrobras
16h00 Santo Y Blue Demon Contra Los Monstruos
20h00 Santo Contra Las Lobas

Divulgação:

Mestres do cinema mexicano

Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - São Paulo
próxima ao Metrô Vila Mariana
De 22 de maio a 3 de junho
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)