16 de outubro de 2011
Um dos expoentes do rock'a'billy, Vincent, da mesma forma que seus colegas, terminou morto precocemente como resultado da pressão do imperialismo sobre sua musica
Gene Vincent & his Blue Caps, capa do single Be-Bop-a-Lula, seu maior sucesso. |
Vincent começou sua atividade musical com músico country em Virgínia. Anos mais tarde, foi um dos primeiros músicos a tocar aquele novo e enérgico gênero musical que nascia por volta de 1955, uma das manifestações no terreno da cultura, da crise do “sonho americano” que já se anunciava. O nascimento do rock’n’roll coincidia com a retomada das lutas do movimento negro norte-americano por seus direitos civis e expressava a crescente radicalização da juventude. Inicialmente um gênero impulsionado por músicos negros, rapidamente o rock tornou-se um fenômeno geral da cultura jovem norte-americana, e mais tarde, mundial.
Eddie Cochran e Gene Vincent. |
Em 1956 o grupo Gene Vincent & os Blue Caps lançou uma das músicas mais populares da história do rock, o single Be-Bop-A-Lula. Nos anos seguintes, os Blue Caps conceberam outras boas canções que ajudaram a consolidar o gênero: Bluejean Bop, Race With the Devil, Lotta Lovin', Crazy Legs e Baby Blue.
Vincent era um dos músicos mais populares dos Estados Unidos, quando em 1960, um acidente automobilístico quase o matou. Ele sobreviveu à batida, mas não teve tanta sorte o motorista do carro, seu amigo Eddie Cochran, outro dos grandes representantes daquele movimento musical. Este acidente poderia ser visto como um acontecimento puramente casual e isolado na época, mas de forma alguma a coisa foi assim.
Fazendo um balanço do desenvolvimento da primeira fase do rock’n’roll na década de 1950, seria impossível não comentar a maneira absolutamente destrutiva como a indústria dita “cultural” do imperialismo norte-americano atuou sobre estes músicos. Entre todos os roqueiros mais proeminentes praticamente não houve – com uma ou outra exceção, como Bill Halley ou Johnny Cash – que não tenha terminado totalmente destruído vítima do assédio das gravadoras, distribuidoras, da imprensa ou mesmo do próprio governo.
Para relacionar apenas alguns casos exemplares, temos o escândalo – casamento com sua prima de 13 anos – que baniu Jerry Lee Lewis dos meios músicas dos Estados Unidos em 1958. A prisão de Chuck Berry em 1959 o tornou também um músico proscrito por longos anos, e praticamente encerrou a parte mais importante e popular de sua carreira. Há, também em 1959, “o dia em que a música morreu”, quando três dos maiores expoentes deste primeiro rock morreram e um acidente aéreo: Ritchie Vallens, Buddy Holly e The Big Bopper. Que certamente não foi um acidente casual, mas produto da pressão dos empresários, dos shows intermináveis que realizavam naquela época, da “corrida contra o tempo” para se cumprirem as cláusulas de seus contratos.
Poucos anos mais tarde, em 1963, Little Richard, que vivia em meio à mesma loucura de shows pelo país, sobreviveu a um acidente aéreo que o levou a abandonar o rock, tornando-se pastor evangélico.
Elvis Presley, que foi assediado como nenhum outro músico, terminou vergonhosamente como porta-voz do governo norte-americano na música. Em 1958 foi usado para fazer campanha de alistamento no Exército, virando o bom moço do rock, o rapaz nacionalista, ao gosto do governo e dos empresários. Na década de 1960, foi inserido em Hollywood e foi afastado daquele movimento musical. Após quase uma década longe dos palcos – e após tornar-se também propagandista da política repressiva “antidrogas” do governo Nixon, em 1970 –, o período final de sua decadência foi entre os cassinos de Las Vegas, fase que terminou com sua morte por enfarte fulminante. Conclusão de anos de abuso de álcool e drogas.
Encarado de uma forma panorâmica, a história desta primeira safra de músicos do rock’n’roll é a história de como o imperialismo agiu implacavelmente para destruir aquela manifestação de revolta da juventude que tomava conta de toda a sociedade de uma forma implacável e assumiu a proporção de um movimento nacional, o prenúncio da radicalização política da década de 1960.
Apesar de Gene Vincent ter sobrevivido ao acidente de 1960, ele também não escaparia à pressão que afetou a todos os músicos de sua geração. Na década seguinte, cada vez mais ele afundou na depressão. Desiludido e alcoólatra, ele morreu em sua casa na Califórnia, em 1971, vítima de cirrose gástrica. Ele morria no mesmo momento em que a segunda geração do rock norte-americano sucumbia à mesma pressão: Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison morreram todos no intervalo de um ano, entre 1970 e 1971.
Elvis decadente em las Vegas,acho que vc precisa revisar a história dele ,nessa época só pra lembrar foi realizado o primeiro show via satélite até então onde milhares de pessoas assistiram o astro
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