quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Primeiro modernismo de Portinari ganha exposição no MAM-SP

A exposição "No Ateliê de Portinari" destaca os anos de formação do pintor e a primeira etapa de sua produção, abrangendo um período entre 1920 e 1945

Está em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) uma ampla retrospectiva da obra do paulista Cândido Portinari, um dos expoentes da segunda geração do modernismo na pintura.
Instalada na Grande Sala do MAM, a mostra se concentra nas obras dos anos de formação do pintor ao longo das primeiras décadas de sua atividade, entre os anos que vão de 1920 a 1945.
Intitulada No Ateliê de Portinari, a mostra está dividida em cinco módulos temáticos que abarcam os principais assuntos presentes em seus quadros. O primeiro ciclo concentra-se na produção de retratos do artista, durante seus anos de formação. É um período em que Portinari avança da pintura naturalista para as técnicas modernistas que começaram a se popularizar no Brasil durante a segunda metade da década de 1920, após o impulso inicial dado pelos artistas da Semana de Arte Moderna de 1922.
Outros dois segmentos, Um Modelo Constante e Cenas Brasileiras, agrupam suas obras com temas sociais, entre os quais se incluem alguns de seus quadros mais significativos, apresentando a imagem dos trabalhadores brasileiros das mais diferentes regiões do País. Desde os plantadores de café do Sudeste paulista, passando pelo cotidiano da população operária urbana, até os retirantes nordestinos, ou os garimpeiros da região Norte. Destas fases destacam-se telas como O Mestiço, Domingo no Morro ou O Sapateiro de Brodowski, além da série Os Retirantes.
O ciclo Projetos Monumentais, reúne esboços e versões em tela de grandes murais realizados pelo artista no período. Por fim, A Abstração abarca a curta fase experimental do pintor no terreno do abstracionismo geométrico, que mais tarde se combinaria com suas pinturas figurativas trazendo contribuições originais à técnica pictórica moderna.

A fase mais radical da obra de Portinari

Portinari iniciou sua atividade como pintor ainda em meados da década de 1920. Ele chegou à maturidade de sua obra 10 anos mais tarde, após uma temporada na Europa, quando adotou técnicas mais experimentais e temas sociais, tendo no trabalhador brasileiro seu tema fundamental. Às suas pinturas mais impactantes dos primeiros anos, apresentando belas figuras de trabalhadores com mãos e pés agigantados, somaram-se, na década de 1940, os retratos disformes dos sertanejos nordestinos afligidos pela fome. Estas duas etapas marcam os momentos mais marcantes da obra de Portinari, que avançava de um modernismo figurativo de modelado quase escultórico para um modernismo mais expressivo, derivados de sua absorção do cubismo sintético.
Seus trabalhos nos anos seguintes, após a segunda guerra perdem muito de seu radicalismo, adotando um estilo menos agressivo e de caráter mais decorativo, resultado de sua institucionalização como “artista nacional”. É a fase em que predominam suas telas com abstrações e temas retirados de sua infância em Brodowski.

Divulgação:

No Ateliê de Portinari

MAM-SP
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº.
Parque do Ibirapuera.
Das 10h às18h  - de terça-feira a domingo.
Até 11 de setembro.
Entrada: R$ 5,50.

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