Inaugurada em Brasília, a mostra traz um conjunto de 120
desenhos figurativos do paisagista Roberto Burle Marx, muitos dos quais
são agora expostos pela primeira vez
Roberto
Burle Marx destacou-se na história da arte nacional como o principal
paisagista da escola modernista de arquitetura no Brasil, pertencente à
geração de Niemeyer e Lúcio Costa. Sua obra de paisagismo traz
essencialmente construções abstratas, influenciada tanto pelas correntes
geométricas quanto líricas das artes plásticas.
Burle Marx, no entanto, dedicou-se
também, durante toda a vida, às artes plásticas, atividade que constitui
a verdadeira matéria-prima de seus projetos de jardins, praças e
calçadões. Apesar de ter se notabilizado pelo paisagismo, Burle Marx, além de pintor, desenvolveu também projetos para cenários e figurinos teatrais, peças de tapeçaria, design de joias e vasos.
Em sua rotina diária, o artista se
dedicava ao desenho e à pintura pela parte da manhã, e às encomendas
paisagísticas de tarde. E era nessa primeira atividade que o artista
estudava as formas e cores que, eventualmente, aplicava em seus
projetos, tanto de paisagismo, quanto em outras áreas das artes
aplicadas.
Em suas pinturas, Burle Marx
desenvolvia tanto grandes telas abstratas quanto obras figurativas, onde
se vê a influência fundamental do cubismo. Há mesmo uma grande
semelhança entre as composições geométricas coloridas de Burle Marx, e o
Portinari da última fase.
Até recentemente, pouco se conhecia da
obra pictórica do artista. Menos conhecidos ainda são os desenhos
figurativos de Burle Marx, seus retratos, nus, e cenas do cotidiano,
quase nunca expostos ou mostrados apenas como acréscimos de exposições
que se detinham nas outras áreas de sua atividade criativa.
A mostra Roberto Burle Marx: A figura humana na obra em desenho, exposta no Museu Nacional dos Correios,
em Brasília, apresenta agora pela primeira vez uma reunião
representativa especificamente dos desenhos figurativos de Burle Marx,
reunindo um total 128 trabalhos executados entre 1919 (quando ele tinha
apenas 10 anos) e 1940.
Os desenhos são parte do acervo do
Ministério da Cultura, do Sítio Roberto Burle Marx, do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao visitar a
exposição, o público poderá conferir desenhos executados em diferentes
técnicas, a grafite, lápis de cor, crayon, giz de cera, carvão, nanquim,
hidrocor e guache sobre papel.
A exposição foi dividida em dois
grupos, um reunindo os retratos e nus de Burle Marx, e o outro,
apresentando séries temáticas, com desenhos em série realizados em
ambientes públicos em diferentes ângulos e momentos. Para quem quiser
conferir a exposição, ela permanecerá em cartaz até o dia 4 de novembro,
estando aberta sempre de terça a domingo, das 10h às 19h. A entrada é
gratuita.
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