sábado, 27 de agosto de 2011

Coco Chanel, codinome: Westminster, espiã nazista número F-7124

Foi publicada recentemente nos Estados Unidos uma nova biografia sobre a badalada “rainha da moda” francesa, revelando que Gabrielle Chanel era uma agente de Hitler

A burguesia internacional é muito zelosa para com os intelectuais alinhados com sua política, seja no terreno da política, da filosofia, da literatura ou das artes. Daí que haja toda uma operação de bastidores para mascarar suas atividades fascistóides e francamente reacionárias que arruinariam para sempre o prestígio destas figuras.

Isso se deu com intelectuais como o filósofo nazista Martin Heidegger, muito popular hoje entre os acadêmicos de universidade; o pintor surrealista espanhol Salvador Dali, apoiador do fascismo; ou o cineasta Elia Kazan, notório delator do macarthismo e premiado anos mais tarde com o Oscar pelo conjunto de sua obra.

Este é o caso também da estilista Gabrielle Chanel, muito badalada pela burguesia de todo o mundo apesar de suas óbvias relações com o governo de Adolf Hitler. Um fato que sempre foi de conhecimento geral é o seu namoro com um destacado oficial nazista, o barão Hans Gunther von Dincklage, membro inteligência secreta nazi.

Uma nova biografia publicada nos Estados Unidos poucos dias atrás revela que esta relação com os homens de Hitler é muito mais profunda do que se imaginava.

No livro, Sleeping with the Enemy: Coco Chanel's Secret War (Dormindo com o Inimigo: a Guerra Secreta de Coco Chanel), escrito pelo jornalista Hal Vaughan, vem à tona que Chanel era de fato uma colaboradora do regime nazista, uma espiã de Adolf Hitler que tinha relações com pessoas do primeiro escalão nazi, como Hermann Goering e Joseph Goebbels. Ela atuava na agência conhecida como Abwehr, responsável pelo serviço internacional de inteligência que coordenava o trabalho de espiões nazistas em diferentes países.

O livro revela detalhes picantes destas conexões, como o número de inscrição de Chanel na Abwehr como agente nazista; seu codinome, “Westminster”, e até mesmo uma missão que realizou na Espanha a serviço dos alemães. Vaughan se apoiou sobre arquivos de guerra britânicos, alemães e norte-americanos para decifrar esta passagem secreta da vida da estilista, cujas tarefas incluíam o recrutamento de novos agentes entre os simpatizantes do regime alemão.

Entre suas atividades clandestinas, Vaughan destaca ações de Chanel para encobrir a atividade de outros espiões nazistas. É também jogada uma nova luz sobre sua relação com o barão von Dincklage, revelada agora em detalhes. Em outras biografias que buscaram justamente encobrir estas ligações, tais problemas são expostos de maneira superficial, como fatos sem maior relevância. Nesta obra, porém, revela-se que o barão nazista era muito mais influente do que se supunha e sua relação com Chanel, um dos aspectos das atividades de espionagem alemã na França. O livro conta que Dinklange se reportava diretamente a Goebbels.

Em nota à imprensa publicada pela editora Knoff, ela afirma: "Dincklage é revelado aqui como um mestre da espionagem nazista e um agente da inteligência militar alemã que tinha a seu dispor uma rede de espiões no Mediterrâneo e em Paris que reportava diretamente ao ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels, considerado a mão direita de Hitler".

Ou seja, Chanel estava muito mais envolvida com os aparatos alemães do que seus admiradores gostariam de supor: "Sleeping with the Enemy fala sobre como Coco Chanel tornou-se parte da operação de inteligência alemã; como e porque foi alistada em missões de espionagem; como escapou da prisão na França depois da guerra, apesar do conhecimento de suas atividades”, completa a editora em sua nota.

Apesar destas ligações com a máquina genocida nazista, ela curiosamente foi reabilitada, operação feita em comum acordo com os governos imperialistas para preservar uma de suas poderosas corporações no ramo da moda. Para esclarecer este curioso desfecho que inocentou Chanel, a biografia apresenta também passagens de seus depoimentos nos tribunais franceses.

Chanel e sua grife viveram um período de proscrição na Europa por estas relações. Foi a época em que ela se mudou para a Suíça. Foi apenas através da máquina de propaganda norte-americana, e por influência da ex-primeira dama Jacqueline Kennedy, que a ex-nazista Coco Chanel foi reabilitada na década de 1960, e quando ela voltou a residir na França.

Vaughan, que lutou na Segunda Guerra e é autor de dois livros sobre os conflitos, trabalhou pesquisando a vida da estilista durante três anos e, segundo ele, pesquisou 225 obras relacionadas à vida de Chanel. Em meio a este trabalho cuidadoso de investigações, ele revela: “descobri 12 citações dos propósitos antissemitas de Coco Chanel, também uma anticomunista convicta que se vendeu aos alemães porque acreditava que Hitler fosse derrotar Stalin”.

A biografia, que ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, apoia suas argumentações em uma farta documentação militar e não deixa sombra de dúvidas sobre o caráter da atividade da estilista no período.

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