8 de setembro de 2011
No último sábado (3/9) foi descoberta na Holanda uma pintura não inventariada do mestre do modernismo austríaco, Gustav Klimt.
A autenticidade da pintura, que era atribuída por seus donos a Klimt, foi confirmada pelo diretor-adjunto do Museu de Belvedere, Alfred Weidinger, perito no assunto. O museu possui o maior acervo de obras de Klimt no mundo.
Intitulada Seeufer mit Birken (Na Beira do Lago com Bétulas, em tradução livre), a obra apresenta uma paisagens com árvores e um lago organizadas em uma composição diagonal. A tela, de 90 centímetros por 90, teria sido pintada pelo artista simbolista em 1901, e, segundo a proprietária, foi adquirida por seus avós, o casal Richard e Clara Koenig-Bunge, em uma exposição em Dusseldorf, na Alemanha, em 1902.
Enquanto investigava a autenticidade da obra, Weidinger descobriu uma referência a ela na biografia do pintor. Em 1901 Klimt escreveu uma carta à sua namorada na ocasião, Marie Zimmermann, afirmando que ele havia pintado várias paisagens recentemente, incluindo uma tela onde aparecia uma casa vermelha de campo e outra onde se via um grupo de árvores iluminadas pelo sol diante de um lago.
Weidinger teve também acesso a fotografias da Exposição da Associação de Artistas Visuais realizada entre fevereiro e março de 1902. Nestas fotos, é visível a paisagem, idêntica à tela encontrada na Holanda.
Na Beira do Lago com Bétulas |
Entre suas obras-primas estão telas como O Beijo, Judith II, Retrato de Adele Bloch-Bauer I; e painéis como Friso Beethoven e Friso Stoclet. Sua técnica era bastante original e extremamente vanguardista. Klimt combinava retratos figurativos trabalhados em suaves distorções expressivas, com fundos abstratos, normalmente construído a partir de formas geométricas. Na primeira etapa de sua fase madura, predomina o uso de folhas de ouro sobre a tela, que serviam ao seu propósito de destacar o conteúdo espiritual dos temas. São obras de grande elegância e suntuosidade. Mais ao final da vida, por volta de 1910, após inteirar-se da obra de Toulouse-Lautrec e demais movimentos modernistas que despontavam em Paris, Klimt evolui do simbolismo para uma forma particular de expressionismo. Estes trabalhos de seu período final teriam grande influência sobre a formação da faceta austríaca do movimento expressionista.
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