6 de setembro de 2011
Na última semana, a morte do cantor e guitarrista de blues norte-americano, David Edwards, passou quase despercebida na imprensa. Ele era tido como o último dos grandes representantes da geração de bluesmen da década de 1930 do delta do Mississipi.
Edwards foi um dos músicos responsáveis pela popularização do blues por todos os Estados Unidos a partir da década de 1940, pois até então, o gênero se restringia ao público do Mississipi, o berço de nascimento do blues.
Sua vida como músico itinerante começou quando tinha ainda 14 anos e partiu em viagens pelo estado ao lado de Big Joe Williams. Foi já nesta época que Edwards ganhou o apelido com que ficaria conhecido por toda a vida, Honeyboy.
David Edwards, nascido em 1915, pertenceu a uma geração de grandes bluesman, como Robert Johnson, Sonny Boy Williamson e Big Bill Broonzy.
Honeyboy era amigo pessoal de Johnson, o mais influente bluesman da década de 1930, e estava com Johnson na noite de 1937, quando ele tomou o whiskie envenenado que o matou, aos 27 anos. As circunstancias em torno de sua morte só são conhecidas por causa do relato de Edwards.
Ele tocou ao longo das décadas de 1930-40 com alguns dos principais nomes do Delta blues, como Patton Charley, Tommy Johnson, e Johnny Shines.
Ao longo de toda carreira ele compôs poucas músicas, tendo gravado menos de um disco por década, mas foi autor de clássicos do estilo como Just like Jesse James, Long Tall Woman Blues, The Blues Army ou Gamblin Man.
Em 1997 publicou uma autobiografia onde narrava sua vida errante pelo país. Em 2008 Honeyboy ganhou um Grammy pelo álbum Last of the Great Mississippi Delta Bluesmen: Live in Dallas. Dois anos mais tarde, recebeu outro Grammy pelo conjunto de sua obra.
David Edwards, aos 96 anos, ainda estava ativo no último período de sua vida, chegando a realizar até 70 apresentações por ano. Ele morreu em sua residência em Chicago, vítima de uma insuficiência cardíaca.
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