quarta-feira, 27 de junho de 2012

Poty tem obra exposta em Curitiba


Integrante da geração de artistas surgidos na década de 1940, no Paraná, Poty Lazzaroto tornou-se um dos mais destacados ilustradores do País. Uma mostra representativa de seu trabalho está agora em cartaz na capital paranaense 


Um dos mais destacados ilustradores brasileiros, Poty Lazzarotto, está com seus trabalhos expostos atualmente no Museu Oscar Niemeyer.
O paranaense que se destacou principalmente pelas ilustrações que realizou para romances, livros de contos e poesia a partir da década de 1940. Sua atividade, porém, se estendeu mais parte para o terreno das pinturas murais, executando obras em baixo relevo e azulejos em fachadas de edifícios e monumentos públicos.
A exposição agora organizada em Curitiba apresenta uma reunião bastante vasta dos trabalhos de Poty, com um total de 800 obras, que acompanham todas as metamorfoses dos desenhos do ilustrador, desde os desenhos da juventude, passando pelas suas primeiras ilustrações em livros e os desenhos que produziu para a revista Joaquim – criada por Dalton Trevisan –, entre outros, incluindo as centenas de gravuras que o artista realizou ao longo de cerca de 50 anos de atividade.
Entre os destaques da exposição estão trabalhos nunca expostos antes em público, como os desenhos que o artista executou em sua viagem ao Parque do Xingu, além de fotografias também inéditas e outros materiais pessoais.
Poty, de todos nós inclui ainda os estudos preparatórios executados por Poty na elaboração de seus projetos monumentais.
A exposição ocupa o todo salão principal do Museu Oscar Niemeyer, o espaço Olho, e permanecerá em cartaz até dia 5 de agosto.

S. Francisco de Assis, por Poty
Breve retrato de Poty

Estudante da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, o primeiro trabalho significativo de Poty não estava ligado ao desenho, mas à literatura. Foi a publicação, em 1938, ainda aos 14 anos, de uma novela em seis capítulos para o jornal paranaense Diário da Tarde.
Poty descobriu o gosto e pela ilustração apenas em 1943, quando realizou diversos desenhos para o livro Lenda da Herva Mate Sapecada, de Hermínio da Cunha César.
Em 1946, o ilustrador tomou parte também no projeto da revista Joaquim, criada por Dalton Trevisan. Ele foi um colaborador ativo e assinou desenhos presentes em todos os números da revista nos dois anos em que ela circulou. Joaquim foi uma das mais importantes iniciativas literárias do Paraná, atraindo, como colaboradores, dezenas de nomes significativos das artes e da literatura do período, como Di Cavalcanti, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de críticos literários como Otto Maria Carpeaux e Antônio Cândido. Além de autores nacionais, Joaquim também publicava traduções inéditas de autores estrangeiros, tais como Kafka, Proust, Joyce, Gide e Sartre, entre outros.
Nos anos seguintes, Poty trabalhou como ilustrador de artigos de diferentes jornais e revistas, e foi também a partir desse período que ele desenvolveu seu trabalho como ilustrador de livros, atividade que era muito difundida entre as décadas de 1960 e 70. Nesses anos ele ilustrou obras de José de Alencar, Machado de Assis, Antônio de Alcântara Machado, Raul Bopp, Guimarães Rosa, Gilberto Freire, Jorge Amado, Raquel de Queiroz e Dalton Trevisan, entre outros.
Foi também entre as décadas de 1950 e 60 que Poty começou a executar encomendas de murais para monumentos. Entre os inúmeros projetos em que tomou parte, destaca-se o mural que ele realizou na sede da UNE – União Nacional dos Estudantes, com tema baseado na obra O processo, de Kafka. O mural acabou destruído pelos militares após o Golpe.
Outros murais importantes de Poty são o da fachada do Teatro Guaíra, o mais importante de Curitiba; o mural da Praça 19 de Dezembro, também na capital paranaense; e um painel para o Memorial da América Latina, em São Paulo, cuja arquitetura foi concebida por Oscar Niemeyer.

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