segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Giotto, o início da revolução na pintura renascentista


O pintor é considerado o primeiro grande nome da arte renascentista, tanto pelas inovações técnicas que desenvolveu, quanto por seu olhar olhar para a religião, manifestando já tendências materialistas que foram a base do pensamento renascentista

8 de janeiro de 2012 
 

O pintor Giotto di Bondone nasceu em 1266 e morreu em 1337, há exatos 675 anos. Ele foi um dos artistas mais importantes da tradição ocidental pois constituiu o elo fundamental de ligação entre duas culturas distintas da pintura europeia.


A obra de Giotto é considerada um divisor de águas ente a pintura medieval e a arte renascentista, marcada tanto por inovações técnicas importantes quanto inovações do ponto de vista do conteúdo.


Formalmente, Giotto foi o responsável pela introdução da perspectiva pintura, conceito que foi uma pedra de toque em toda a tradição da arte renascentista. Antes dele, a pintura se caracterizava pela representação bidimensional. Ele foi o primeiro artista que se conhece, a buscar um ilusionismo tridimensional em suas obras.

Exemplo da pintura de Giotto, que procura apresentar uma noção de perspectiva na pintura. Obra A Anunciação.

A segunda inovação importante na obra de Giotto foi sua concepção dos assuntos representados, sua visão pessoal dos temas religiosos. Uma característica importante  nos quadros do artista foi a busca pela representação dos santos como pessoas comuns, sem a idealização que foi a característica mais marcante da pintura medieval. Ainda que em suas composições os santos tivessem sempre destaque, eles não eram apresentados como figuras metafísicas, idealizadas, mas como seres humanos que se confundiam com os demais. Essa concepção pessoal de Giotto refletia uma mudança da maior importância no modo de pensar da intelectualidade da época. Foi um registro da mentalidade materialista que começava a se formar, e que se tornaria uma tendência determinante no modo de pensar renascentista.


Um dado importante à compreensão da arte de Giotto e da maneira como ele chegou à pintura tridimensional, é o fato de ter sido ele, no início da vida, um escultor, que buscou, após assimilar as artes pictóricas, transmitir a sensação do espaço tridimensional. Obviamente que a esse dado não explica o sentido mais profundo da arte de Giotto, mas ao menos ajuda a compreender parte de suas motivações pessoais.

Detalhe de uma obra do artista mostrando São Francisco de Assis. Giotto procurou mostrar os santos como pessoas comuns, e não as pomposas entidades espirituais que apareciam na pintura medieval da época.

A obra de Giotto representa hoje o marco zero da pintura renascentista, que foi a maior revolução já registrada na história da pintura, o ponto de partida de toda a tradição moderna da pintura.

Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Giotto. A maior parte dos dados vem de uma biografia que o renascentista Giorgio Vasari escreveu a seu respeito. Ele teria começado a desenhar aos oito anos e recebeu seus maiores estímulos com seu mestre, Duccio, um dos maiores pintores italianos de seu tempo. Há muitas lacunas na obra do artista, mas considera-se que seu primeiro trabalho importante tenha sido nos afrescos da Basílica de São Francisco de Assis, em Roma. Seu maior trabalho teria sido realizado na Capella degli Scrovegni, quando ele tinha cerca de 30 anos, por volta de 1300, seus afrescos na capela são consideradas hoje uma das maiores obras primas da pintura ocidental. Outro trabalho fundamental realizado pelo artista foi na Capela Degli Strovegni em Pádina.


O dado mais significativo na obra de Giotto é provavelmente o caráter materialista de sua pintura, de sua concepção da vida do santos, o que iniciou uma verdadeira revolução na maneira de representá-los.


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