Uma das obras-primas de Claude Debussy, ‘Pelléas et Mélisande’
influenciou dezenas de compositores modernos, como Ravel, Bartok e
Schöenberg
O compositor Claude Debussy. |
Marcando a data, o Teatro Municipal de São Paulo, neste mês de setembro, apresentará a ópera Pelléas et Mélisande, uma das mais importantes do repertório do compositor, que dá prosseguimento à temporada 2012 de óperas do Municipal.
Em agosto esteve em cartaz no palco do Teatro, a grandiloquente ópera O crepúsculo dos Deuses, parte final da obra-prima de Richard Wagner, O anel do nibelungo.
Já a ópera de Debussy contrasta vivamente com os excessos expressionistas da ópera wagneriana. Pelléas et Mélisande é uma tragédia intimista, que foi concebida na atual montagem também segundo uma concepção despojada, se concentrando mais na sutileza de iluminações do que na exuberância de cenários e figurinos que marcou o espetáculo anterior.
Esse contraste, segundo os organizadores da temporada 2012, foi proposital, buscando apresentar ao público brasileiro as mais diferentes correntes estéticas que marcaram a história da ópera em diferentes épocas.
Debussy é tido por muitos como o verdadeiro fundador da tradição modernista da música erudita, a partir da criação do famoso Prelúdio à Tarde de um Fauno, baseado no poema igualmente inovador de Stéphane Mallarmé.
Dentro do repertório de Debussy, Pelléas et Mélisande é considerada sua obra-prima e um manifesto das novas técnicas musicais inauguradas por ele em , Prelúdio à Tarde de um Fauno, corrente que ficou conhecida como “impressionismo musical”. Tendo sido o impressionismo um movimento estritamente pictórico foi, logicamente, com certa liberdade que se resolveu adotar a nomenclatura para designar também uma corrente musical, a partir de certos traços de intenção comuns tanto a Debussy quanto à pintura impressionista, muito admirada por ele.
Baseada na peça teatral homônima do simbolista belga do Maurice de Maeterlink, Pelléas et Mélisande é uma tragédia amorosa cujo centro da história é a traição de Mélisande com o meio-irmão de seu marido, Pélleas.
Tanto a história quanto suas personagens são permeadas de conteúdos simbólicos em uma narrativa poética que trata basicamente das paixões humanas que subvertem as convenções e instituições.
Debussy demorou uma década para adaptar para o teatro lírico a obra, que quando estreou em Paris, em 1902, tornou-se o maior escândalo da trajetória do compositor. Na estreia, o denso drama amoroso foi recebido com gargalhadas pelo público, que, no encerramento, também não se atreveu a aplaudir o espetáculo. Hoje, porém, Pelléas et Mélisande é tida como uma das obras-primas da ópera mundial, bastante influente entre outros compositores modernistas de primeiro plano como o húngaro Bela Bartók e o austríaco Arnold Schönberg.
A adaptação que chega agora a São Paulo teve direção cênica por Iacov Hillel, direção musical e regência de Abel Rocha e cenários concebidos por Helio Eichbauer.
A temporada de Pelléas et Mélisande compreende cinco apresentações ao longo do mês de setembro, nos dias 15, 17, 19, 20 e 21. Para maiores informações sobre reservas e compras de ingressos, basta entrar em contato com a bilheteria do Municipal, pelo telefone (11) 3397-0327. O preço dos ingressos varia entre 40 e 100 reais.
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