Fotografia de Tony Ray-Jones. |
Essa é a maior mostra sobre o movimento fotográfico britânico
já realizada na América Latina, percorrendo 80 anos de fotografia no
País
A
mostra foi organizada a partir do acervo das mais importantes
instituições britânicas, vindas do museu TATE Gallery, da National
Portrait Gallery, do British Council Collection, da Arts Council Art
Collection e do Bolton Museum.
As
fotografias selecionadas para essa exposição brasileira são, sobretudo,
documentais, retratando o cotidiano da vida inglesa ao longo do século,
destacando assim a modernização das cidades, os avanços tecnológicos e
momentos históricos representativos vividos pelo País, a partir do
cotidiano, tanto da população em geral quanto da burguesia britânica.
Fotografia de Derek Ridgers. |
A
exposição inclui tanto fotógrafos britânicos quanto figuras
representativas que viveram e fotografaram na Inglaterra, nomes, em sua
maioria, desconhecidos no Brasil. Há
trabalhos de Bill Brandt, Martin Parr, Wolfgang Tillman, Cecil Beaton,
George Rodger, Richard Billingham, Derek Ridgers, Tony Ray-Jones, Daniel
Meadows, Chris Killip, Paul Nash e Keith Arnatt.
Bill
Brandt tem trabalhos na mostra ligados à fotografia documental, mas sua
produção mais característica tem uma forte influência surrealista. É um
fotógrafo que trabalha bastante com closes, a partir dos quais ele
consegue efeitos visuais inusitados.
George
Rodger é um fotógrafo bem caracteristicamente britânico, mais
interessado pelo mundo colonial britânico do que pela metrópole
propriamente. Durante a vida ele viajou o mundo diversas vezes, foi
correspondente de guerra em conflitos nas colônias e fotografou dezenas
de tribos africanas. Nessa função ele passou também pelo Iraque e a
Birmânia, registrando, assim, uma parcela substancial dos países
coloniais britânicos.
Derek
Ridgers é um fotógrafo, sobretudo, de retratos. Suas modelos são as
figuras do mundo underground londrino, como dragqueens, prostitutas,
drogados, punks, góticos, skinheads e marginais de um modo geral, que
ocupam parte significativa de sua produção.
Cecil
Beaton é um fotógrafo mais convencional, que se notabilizou por seus
belos retratos de personalidades do cinema. A mostra faz um contraste
entre os trabalhos despojados e elegantes de Beaton e as fotografias
urbanas da população pobre feitas por seus colegas.
Fotografia de George Rodger. |
Tony
Ray-Jones tem como especialidade as fotografias de cenas urbanas
inusitadas, mas que mostram bem o modo de vida e a cultura britânica com
todas as suas excentricidades.
Martin
Parr é autor de um tipo de fotografia muito característica, caótica e
de cores fortes. A preferência de Parr são fotografias de multidões em
locais públicos, normalmente em momentos de lazer, em ele destaca
frequentemente o bizarro que há na população e no modo de vida
britânico. Suas fotos são sempre caóticas, com um excesso de elementos e
de cores vibrantes. É um fotógrafo bastante interessante, que leva seu
trabalho para um viés satírico.
Richard
Billingham mais jovem, foi influenciado por Parr desenvolveu um
trabalho bastante similar, sendo porém mais agressivo no retrato dos
elementos grotescos da vida britânica.
Como
esses fotógrafos há muitos outros presentes na exposição, que
apresentam uma visão inusitada e interessante da cultura britânica no
transcorrer do século. O título da mostra, Observadores, foi
inspirado no famoso projeto Mass Observation, criado em 1937, pelo
antropólogo britânico Tom Harrisson, em parceria com o poeta Charles
Madge e com o cineasta Humphrey Jennings. Juntos eles elaboraram a
proposta de examinar e documentar de forma quase científica o modo de
vida da classe operária britânica, dado o enorme abismo que eles
perceberam existir entre a ideia que se tinha dos britânicos e seu modo
de vida real. O projeto buscava compreender melhor a mentalidade, os
hábitos e costumes da população.
A exposição Observadores: Fotógrafos da Cena Britânica desde 1930 até hoje, está em cartaz em São Paulo, no Centro Cultural Ruth Cardoso, localizado na Avenida Paulista, nº 1313.
Leia outras matérias de cultura
diretamente no portal Causa Operária Online, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário