sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Exposição traça panorama da fotografia britânica de 1930 aos dias de hoje

Fotografia de Tony Ray-Jones.
 Essa é a maior mostra sobre o movimento fotográfico britânico já realizada na América Latina, percorrendo 80 anos de fotografia no País
Estreou neste mês a exposição Observadores:  Fotógrafos da Cena Britânica desde 1930 até hoje, que é maior mostra sobre o movimento fotográfico britânico já realizada na América Latina, apresentando um recorte abrangente dos últimos 80 anos de desenvolvimento dessa arte no País.
A mostra foi organizada a partir do acervo das mais importantes instituições britânicas, vindas do museu TATE Gallery, da National Portrait Gallery, do British Council Collection, da Arts Council Art Collection e do Bolton Museum.

As fotografias selecionadas para essa exposição brasileira são, sobretudo, documentais, retratando o cotidiano da vida inglesa ao longo do século, destacando assim a modernização das cidades, os avanços tecnológicos e momentos históricos representativos vividos pelo País, a partir do cotidiano, tanto da população em geral quanto da burguesia britânica.

Fotografia de Derek Ridgers.
A exposição inclui tanto fotógrafos britânicos quanto figuras representativas que viveram e fotografaram na Inglaterra, nomes, em sua maioria, desconhecidos no Brasil. Há trabalhos de Bill Brandt, Martin Parr, Wolfgang Tillman, Cecil Beaton, George Rodger, Richard Billingham, Derek Ridgers, Tony Ray-Jones, Daniel Meadows, Chris Killip, Paul Nash e Keith Arnatt.  
 Bill Brandt tem trabalhos na mostra ligados à fotografia documental, mas sua produção mais característica tem uma forte influência surrealista. É um fotógrafo que trabalha bastante com closes, a partir dos quais ele consegue efeitos visuais inusitados.

George Rodger é um fotógrafo bem caracteristicamente britânico, mais interessado pelo mundo colonial britânico do que pela metrópole propriamente. Durante a vida ele viajou o mundo diversas vezes, foi correspondente de guerra em conflitos nas colônias e fotografou dezenas de tribos africanas. Nessa função ele passou também pelo Iraque e a Birmânia, registrando, assim, uma parcela substancial dos países coloniais britânicos.

Derek Ridgers é um fotógrafo, sobretudo, de retratos. Suas modelos são as figuras do mundo underground londrino, como dragqueens, prostitutas, drogados, punks, góticos, skinheads e marginais de um modo geral, que ocupam parte significativa de sua produção.

Cecil Beaton é um fotógrafo mais convencional, que se notabilizou por seus belos retratos de personalidades do cinema. A mostra faz um contraste entre os trabalhos despojados e elegantes de Beaton e as fotografias urbanas da população pobre feitas por seus colegas.

Fotografia de George Rodger.
Tony Ray-Jones tem como especialidade as fotografias de cenas urbanas inusitadas, mas que mostram bem o modo de vida e a cultura britânica com todas as suas excentricidades.

Martin Parr é autor de um tipo de fotografia muito característica, caótica e de cores fortes. A preferência de Parr são fotografias de multidões em locais públicos, normalmente em momentos de lazer, em ele destaca frequentemente o bizarro que há na população e no modo de vida britânico. Suas fotos são sempre caóticas, com um excesso de elementos e de cores vibrantes. É um fotógrafo bastante interessante, que leva seu trabalho para um viés satírico.

Richard Billingham mais jovem, foi influenciado por Parr desenvolveu um trabalho bastante similar, sendo porém mais agressivo no retrato dos elementos grotescos da vida britânica.

Como esses fotógrafos há muitos outros presentes na exposição, que apresentam uma visão inusitada e interessante da cultura britânica no transcorrer do século. O título da mostra, Observadores, foi inspirado no famoso projeto Mass Observation, criado em 1937, pelo antropólogo britânico Tom Harrisson, em parceria com o poeta Charles Madge e com o cineasta Humphrey Jennings. Juntos eles elaboraram a proposta de examinar e documentar de forma quase científica o modo de vida da classe operária britânica, dado o enorme abismo que eles perceberam existir entre a ideia que se tinha dos britânicos e seu modo de vida real. O projeto buscava compreender melhor a mentalidade, os hábitos e costumes da população.

A exposição Observadores:  Fotógrafos da Cena Britânica desde 1930 até hoje, está em cartaz em São Paulo, no Centro Cultural Ruth Cardoso, localizado na Avenida Paulista, nº 1313.

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